Vida Selvagem em Búzios

Felipe SanderJan 20, 2021

Diversas espécies de animais resistem ao impacto ambiental na península.

Armação dos Búzios é conhecida mundialmente por suas praias paradisíacas, sua hotelaria de alto luxo e uma gastronomia requintada. O que não sabemos é que esta charmosa península esconde tesouros inexplorados e uma natureza riquíssima.
Uma alerta: o desmatamento e construções irregulares infelizmente seguem colocando em risco a vida de milhares de animais e plantas nativas da região. Por isso o eco turismo e a conscientização ambiental são tão importantes neste momento.
Vamos listar abaixo algumas espécies encontradas somente nesta região do Brasil, muitas delas ameaçadas de extinção, que merecem nosso respeito e muito trabalho para sua preservação. 

Mico-leão-dourado

Ele vive cerca de oito anos, tem hábitos diurnos e, à noite, dorme em ocos de árvores ou emaranhados de cipós e bromélias. Se alimenta de frutos, animais invertebrados e pequenos vertebrados. Alguns estudos mostram que o mico-leão-dourado come mais de 60 espécies de plantas e, depois de digeri-las, ajuda a dispersar suas sementes pelo ambiente.

O mico-leão-dourado pode ser reproduzir uma ou duas vezes por ano e os períodos de reprodução vão de setembro a novembro e de janeiro a março. Não há diferenciação de cor e tamanho entre machos e fêmeas e, quando nascem os filhotes, tanto o pai quanto a mãe ajudam na criação.

A imagem do pequeno primata de cerca de 60 centímetros de altura já correu o mundo e, desde os anos 70, é um dos símbolos da luta pela conservação da diversidade biológica. Isso porque o mico-leão-dourado está há muito tempo ameaçado de extinção.

A devastação da Mata Atlântica quase exterminou toda a população de micos-leões-dourados. Originalmente, a espécie era encontrada em todo o litoral fluminense, chegando até o Espírito Santo. Com a intensa ocupação da zona costeira no estado, acompanhada de extração de madeira e atividades agropecuárias, e a consequente destruição da mata, os micos estão agora confinados a cerca de 20 fragmentos florestais.

Apesar de serem pequenos, os micos-leões-dourados precisam de bastante espaço. Eles vivem em grupos de aproximadamente oito indivíduos, podendo chegar a 14, e cada grupo ocupa em média 110 ha.

Os pesquisadores afirmam que, para o mico-leão-dourado sair da lista de espécies ameaçadas de extinção, é preciso que, até 2025, haja cerca de 2.000 indivíduos vivendo soltos, em uma área de 25.000 ha de florestas. Atualmente, as populações selvagens não somam nem 1.000 indivíduos, que estão espalhados em remanescentes de florestas que, em sua maioria, não passam de 1.000 ha.

Este pequeno primata já foi visto em algumas regiões da cidade do Rio de Janeiro e na Região dos Lagos. Em Búzios, já foi visto na região de Tucuns e nas matas da Rasa. 

Gambá Brasileiro ou Sariguê

São os animais mais comuns de serem vistos pela cidade de Armação dos Búzios principalmente durante a noite e comecinho da manhã. Presentes em toda a mata atlântica, os gambás são muito importantes para o equilíbrio da natureza, por isso são protegidos por lei.

Gambás não oferecem risco algum aos seres humanos. Muitos confundem os gambás brasileiros com a espécie norte-americana ou as jaritacacas: aquelas pretas que têm uma faixa branca nas costas. Mas, ao contrário delas, os nossos gambás não erguem o rabo para esguichar o tão temido “fedorzinho”.
A constar, a maior defesa deles é se fingir de morto. O primeiro fato encantador sobre os gambás é que são marsupiais. Ou seja, as fêmeas carregam seus filhotes até que eles atinjam tamanho e maturidade adequados para serem independentes – assim como os coalas e cangurus. Se você morre de amores por cangurus carregando seus filhotes, por exemplo, eis a oportunidade de morrer de amores em terras brasileiras mesmo!

Seja por confundi-los com ratazanas ou achar que oferecem risco, algumas pessoas acabam machucando ou até mesmo matando gambás cruelmente. Mas, além de inofensivos, eles são extremamente importantes na dispersão de sementes e controle de pequenos invertebrados – como baratas, carrapatos, escorpiões e pequenos anfíbios.

Bicho- preguiça-de-coleira
Essa é uma espécie nativa do Brasil, endêmica da Mata Atlântica, sendo encontrada na Bahia, no Espírito Santo, em Sergipe e no Rio de Janeiro. Vive principalmente em áreas de floresta tropical úmida. A preguiça-de-coleira pode medir até 75 cm e pesar até 10 kg.
Visto constantemente entre as Praias das Caravelas e Tucuns, este simpático mamífero já tirou até foto com trilheiros da região. A espécie preguiça-de-coleira já foi resgatada algumas vezes e levada de volta para a Área de Proteção Ambiental (APA) do Pau Brasil, mas a última foi vista na trilha da Serra das Emerências, em Tucuns, com direito a selfie e post no Instagram.
Foto: Erick Menezes

Ouriço-do-mato
O ouriço-cacheiro ou porco-espinho é um roedor herbívoro, mas que também se alimenta de pequenos insetos e larvas. Vive em cima de árvores e dorme em pequenas tocas nos topos das árvores ou cavernas. Ele tem um pelo modificado semelhante a espinhos. Quando é atacado, se recolhe para proteger o ventre e fica parecendo uma bola. Os “espinhos” ficam eriçados e mais fáceis de se soltarem do pelo. Muitas vezes são perseguidos por cães domésticos que acabam sendo atacados e os espinhos são bastante difíceis de retirar do focinho. Os ouriços-cacheiros são animais solitários, não sendo contudo animais territoriais. A sua área territorial varia entre 20 a 30 hectares para os machos e cerca de 10 hectares para as fêmeas. [6] Não são animais agressivos, mas há registo de lutas principalmente entre os machos, para estabelecer domínio entre eles. São mamíferos noctívagos e hibernam, usando uma toca que cavam no solo. A hibernação do ouriço ocorre de Novembro a Março normalmente, havendo uma alta taxa de mortalidade nos ouriços durante a primeira hibernação. Por serem animais relativamente lentos, são um dos vertebrados mais susceptíveis de ser atropelados, sendo portanto o homem seu principal inimigo. São facilmente avistados em pousadas de hotéis arborizados, geralmente no final da tarde ou no meio da noite quando saem para buscar alimentos. Cuidado ao deixar comida do lado de fora, pois você pode topar com um amiguinho desses vasculhando seu lixo ou até mesmo o seu fogão!

Capivara
As capivaras são animais calmos e mansos, nativos da América do Sul. Vivem em locais próximos ao ambiente aquático, pois precisam da água para várias de suas atividades, como esconder de predadores e reproduzir-se. Dizemos que esse mamífero possui um hábito semiaquático. Esses animais vivem em grupos que variam de tamanho e apresentam organização social. A quantidade de capivaras nos grupos varia de 2 a 30 animais, apresentando um macho dominante. Além do macho dominante, observa-se a presença de várias fêmeas e de indivíduos mais jovens.
A reprodução da capivara acontece geralmente na água, na região mais rasa. As capivaras possuem uma alta taxa de fecundidade e de fertilidade. Sua gestação dura aproximadamente 120 dias, e as capivaras fêmeas dão à luz, em média, três filhotes. Esses animais são herbívoros e pastam, principalmente, ao entardecer. Alimentam-se de gramíneas e até mesmo de plantas aquáticas.

Algumas curiosidades sobre a capivara:

• Capivaras adultas podem comer mais de 5 kg de comida, dependendo de seu tamanho.
• O gênero ao qual pertence a capivara (Hydrochoerus) está relacionado com os hábitos desse animal e significa “porco d'água”. • O nome popular da capivara possui origem tupi-guarani e significa “comedor de capim”. • Algumas capivaras podem atingir até 100 kg. • Os dentes incisivos de uma capivara adulta podem ter de 5 cm a 6 cm. • As patas traseiras da capivara são maiores que as dianteiras. • A pele da capivara apresenta valor comercial e pode ser usada na indústria de couro. • Na época da seca, as capivaras podem apresentar grupos de mais de 100 animais. • As capivaras apresentam relação com uma doença chamada febre maculosa, que pode levar à morte. A relação está no fato de que as capivaras, algumas vezes, apresentam um carrapato chamado carrapato-estrela (Amblyomma cajennense), que é reservatório da bactéria Rickettsia rickettsii, causadora da febre maculosa. O homem, ao ser picado por um carrapato contaminado, pode desenvolver a doença.

Este simpático mamífero é considerado o maior roedor do mundo e pode ser facilmente avistado na Lagoa da Brava, próximo ao Centro de Búzios (a Prefeitura de Armação dos Búzios até colocou duas placas informando a presença de famílias de Capivaras no local). Na entrada da Praia da Tartaruga também já foram avistadas algumas, geralmente próximas a lagos e brejos.
Apesar de serem inofensivas, a fêmea pode ser tornar bastante agressiva para defender seus filhotes e sua dentada já causou lesões irreversíveis em algumas pessoas, por isso tome cuidado e observe a uma distância segura.

Jacaré-de-papo-amarelo
Os jacarés são anim ais de hábitos noturnos e durante o dia formam grupos para tomar sol. Alimentam-se de moluscos, crustáceos, insetos, peixes, aves, morcegos e até mesmo ungulados e outros répteis. Basta digitar no Google "jacaré búzios" que você encontrará inúmeros casos de resgate deste réptil magnífico. Já foram vistos na Lagoa de Geribá, na Lagoa da Ferradura, atravessando a rua principal e até mesmo na Praia do Canto. Devido à poluição de rios e lagoas, os jacarés acabam desembocando nas praias em busca de alimento.
Mas fiquem tranquilos! Não há registros de ataques ao homem pois estes "bichinhos" estão perdendo espaço em seu habitat e acabam se perdendo, avançando para as cidades, geralmente cansados e assustados. Por isso a importância de preservar as águas evitando jogar plástico nas ruas ou nas praias e entrando em contato imediatamente com a Guarda Municipal caso aviste a criatura próxima a você.

Hoje, os jacarés-de-papo-amarelo fazem parte da lista de animais em extinção do IBAMA. Isso se deve, principalmente, pela destruição de seu habitat e à poluição dos rios pelo homem.

Pinguim
Pinguins são aves marinhas nadadoras da Família Spheniscidae, que vivem principalmente na Antártida e se alimentam no mar comendo peixes e lulas ou pequenos crustáceos chamados krill. É entre a passagem do outono para o inverno que animais marítimos de áreas mais frias, como os pinguins que pertencem a colônias reprodutivas no sul do continente, rumam para o norte do planeta em busca de águas mais quentes e aparecem no litoral brasileiro. Alguns deles acabam debilitados e, quando chegam às praias, estão normalmente com a saúde prejudicada. Esse caminho de dispersão é muito longo, pois estamos falando de animais que, às vezes, estão no meio da Patagônia, na Argentina.
Esta corrente gelada que passa pela Região dos Lagos pode ser encontrada em Arraial do Cabo, Cabo Frio e Búzios. Na tentativa de ajudar, muitas pessoas chegam a recolher esses animais e até colocam em isopor com gelo. Isso é um erro porque faz mal aos bichos. Os especialistas pedem que sob hipótese alguma toquem ou peguem os pinguins na água ou na areia.
Ao avistar algum animal marinho na praia as pessoas devem chamar a Guarda Municipal ou os Bombeiros.

Na foto abaixo, alguns Pinguins da Patagônia são devolvidos à natureza pelo instituto de proteção marinha de Búzios.

Tartaruga Marinha
Este incrível réptil marinho pode viver até 150 anos de idade.
Apesar de uma única tartaruga ser capaz de depositar um grande número de ovos, somente 0,1% dos filhotes conquistarão a vida adulta. Nos primeiros momentos de sua vida, já estão sujeitos à predação por aves, lagartos e caranguejos; e também por animais carnívoros encontrados no mar. Quando adultos, podem ser capturados por seres humanos, visando à utilização de sua carne e ovos na alimentação; e sua carapaça na confecção de artefatos. Indiretamente, a poluição, destruição de hábitats, acúmulo de material plástico no mar, pesca acidental, dentre outros fatores, são responsáveis pela morte de tais animais, elucidando o porquê de todas as espécies terem suas populações em declínio.


A Praia da Tartaruga em Búzios é uma homenagem a este animal incrível que está presente em toda a costa buziana.
Basta passear pelo píer do Porto da Barra para avistar várias delas, de diferentes tamanhos, respirando rapidamente na superfície. Na Praia de João Fernandes existem mergulhos guiados onde se pode nadar ao lado das tartarugas: uma experiência emocionante para quem ama a vida marinha.

Na lista das espécies ameaçadas de extinção, as tartarugas marinhas são vistas nesta região devido à quantidade de algas e águas-vivas oriundas das correntes geladas da Patagônia. O fenômeno chamado "ressurgência" auxilia na grande biodiversidade dessas águas que se tornam ideais para a alimentação das tartarugas.

Protegida pelo IBAMA e pelo Projeto TAMAR, as Tartarugas Marinhas devem ser protegidas ou desaparecerão completamente da face da Terra.

Turismo consciente é quando você respeita o meio ambiente, preocupando-se com a fauna, a flora e a cultura daquele lugar. Seja um protetor da natureza e denuncie qualquer irregularidade. Ver esses animais em seu habitat natural e saber que as próximas gerações terão essa mesma experiência nos incentiva a lutar por um mundo melhor e mais sustentável.
Segue abaixo a lista de telefones que podem ser acionados:

Bombeiros
Tel: 19 3
Capitania dos Portos (Cabo Frio)
Tel: (22) 2643-2774 / 5056 / 5074

Guarda Municipal / Defesa Civil
Tel: (22)2623-0199 / 199

Ibama
Tel: 0800-618-080 / (22)2648-0373

Ordem Pública
Tel: (22)2623-4950 /5667

Polícia Civil
Tel: (22) 2633-0059 / 2623-2102
https://buzios.rj.gov.br/

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